terça-feira, 22 de julho de 2008

Dedicatória

Dedico este livro a todos aqueles amantes de romances e contos sensuais, e em especial a duas pessoas que me inspiraram e motivaram a levar este projeto até o final: "Cumadi" Valéria e minha grande amiga Andreia R. G. de Sousa. Vocês são o meu maior tesouro. Espero que gostem.
P.S.: Um agradecimento especial a Andreia que editou a história e colaborou muito em várias partes do livro.
Denise A. P.

Capítulo I

- Como pôde? Porque está fazendo isso comigo? – Deca não conseguia esconder a dor e a mágoa que estava sentindo naquele momento
- Por favor me escute! Não é o que está pensando! – disse Mário
- Não, realmente não é o que eu estou pensando, é o que vi! Eu não vou perdoar nenhum dos dois – disse apontando para Mario e Alícia – Você é minha prima! Como pode fazer uma coisa dessas comigo? Sabia que eu gostava dele!

Alícia não falava nada, não dava nem sequer indícios de que estava ouvindo o que à prima dizia. Ficou lá, analisando as próprias mãos como se fosse algo muito importante. Depois de um silêncio constrangedor, resolveu falar.

- Você é que provocou tudo isso! Só pensa neste vestibular, esqueceu que existem outras coisas alem dos livros! Quer saber a verdade? Ele só está comigo porque você não é mulher suficiente para satisfazê-lo! Realmente acha que um cara de vinte e poucos anos ia ficar toda vida esperando uma garotinha que ainda sonha em chegar virgem ao casamento? Homens de verdade precisam muito mais do que simples beijos e abraços! Eles têm necessidades, e pra falar a verdade, nós também. O dia que você for uma mulher de verdade vai entender o que estou falando. Até lá não venha me encher o saco com esse seu choro de bebê. Já está na hora de crescer!
- Cala a boca Alícia! Deca me escute, estou muito arrependido. Eu não queria que tudo acabasse assim.
- Se estava sentindo que as coisas não estavam mais dando certo, porque não me falou?
- Eu não queria desviar sua atenção dos estudos. Me orgulho muito da sua garra, e sei que merece entrar para uma boa faculdade.
- Quanta consideração! Só não mereci o seu respeito não é? Saiam daqui os dois, eu não quero ver a cara de vocês nunca mais!
- O.K.! Fique calma, nós já vamos, - e foi tentando puxar uma relutante Alícia pelo braço enquanto falava – mas amanhã eu venho aqui pra gente conversar. Realmente preciso explicar o que realmente aconteceu.
- Não temos mais nada a conversar. Tudo ficou muito bem explicado. Mas já que quer tanto esclarecer o que houve, é melhor falar diretamente com meus pais e o resto dos meus familiares que estão lá na varanda sem entender porque estamos brigando. – e vendo que ele se encolheu, Deca fica ainda mais revoltada – Nunca te escondi nada. Sempre deixei claro o que pensava e o quanto era importante ter você na minha vida. Mesmo sendo filha única, meus pais te receberam com carinho e respeito, em momento algum te deixaram constrangido. E é assim que você retribui? Sai da minha frente, some daqui! Só espero que encontre alguém que faça você passar o mesmo que estou passando agora.

Alícia, que até então estava com um sorriso de escárnio no rosto, ficou corada de ódio quando percebeu que vários familiares observavam a cena. Com certeza iria ouvir um sermão daqueles quando chegasse em casa, sem contar que, certamente, seria exilada das relações familiares por um longo tempo até que todos esquecessem o que havia ocorrido. Não era a primeira vez que a família lhe virava as costas pra defender a sua querida prima. Uma santinha do pau oco. Ninguém é tão bonzinho, tão perfeito.
Ela se lembrava de como era ser amiga de Deca. Quando crianças as duas não se largavam, até que seus pais se divorciaram e ela se sentiu perdida. Sabia que havia cometido muitos erros naquela época, mas deviam entender que era uma criança e que estava se sentindo perdida, mas ao invés disso a julgaram, e a sua melhor amiga ficou do lado dos pais ao invés de ajuda-la.

- Que beleza! Agora é que vai ficar divertido! Como será que a família perfeita vai reagir quando souber que a perdida aqui, roubou mais um namorado da menininha perfeita? A coitadinha!... Como está chocada com os acontecimentos...
- Cala boca sua vagabunda! Nós dois erramos. Mas continuo gostando da Deca. Você foi só a saída mais fácil pra aliviar o meu estresse. Aliás, você é saída mais fácil para qualquer um, e isso não é segredo pra ninguém! Quanto ao fato dela querer chegar virgem ao casamento, nós já havíamos conversado sobre isso e acho muito bonito. Qual homem não gostaria de saber que foi o primeiro na vida da sua esposa. Isso torna um casamento especial.
- Posso ser uma vagabunda como você diz, mas não sou hipócrita. Se acha tão bonito ser o primeiro homem porque não esperou a sua princesa? Vamos esclarecer as coisas. Não obriguei você a fazer nada que não quisesse. Aliás foi você que veio até mim, querendo conversar. Suas palavras exatas foram: “Preciso muito desabafar, estou estressado!” como boa amiga fiquei do seu lado, ouvi tudo o que tinha pra dizer. O que aconteceu depois não foi planejado, e sabe muito bem disso. Não posso fazer nada se você se arrependeu de ficar com minha prima e não comigo que sempre deixei claro que gostava de você.
- Chega! Não quero ouvir mais nada de nenhum dos dois. Vocês me dão nojo! Espero não vê-los tão cedo!

Deca voltou correndo pra casa, totalmente descontrolada. Trancou-se no quarto e chorou a noite toda. Não conseguia entender porque Mario havia feito aquilo, também nunca percebera que Alícia gostava dele, ou que guardara tanta mágoa dos tempo de criança. A dor que sentia em seu peito era enorme, parecia que ia explodir.Várias vezes sua prima e confidente Valéria viera até a porta de seu quarto querendo entrar para conversar, mas não queria ver ninguém precisava se acalmar e descobrir uma forma de lidar com o que havia ocorrido.

Capítulo II

Cinco anos haviam se passado desde aquele desagradável incidente, e mesmo hoje, aos 22 anos, Deca ainda se ressentia do ocorrido, mas fingia não lembrar, para evitar problemas na família. Só que, desde aquele fatídico dia, nunca mais conseguiu se relacionar seriamente com ninguém. Ela havia perdido a confiança em si mesma e nos outros. Sexo não era mais uma barreira em seus relacionamentos, mas não se tornou algo prazeroso, faltava sempre o mais importante, a cumplicidade. Os seus relacionamentos duravam pouco e terminavam sempre que ela começava a gostar do cara.
Sua prima Valéria vivia tentando anima-la. Sempre procurava leva-la às festas ou passeios onde achasse que a prima poderia encontrar o seu príncipe encantado.
As duas eram grandes amigas, confidentes, pareciam estar conectadas 24 horas por dia. Elas não se desgrudavam.
O exterior de Valéria se assemelhava muito ao que levava por dentro. Morena clara, amorosos olhos cor de caramelo e cabelos castanhos muito cacheados, lembrava aqueles querubins de cartões natalinos. Seu jeito meigo e espontâneo conquistava a todos instantaneamente.
Certo dia Deca chegou do trabalho e encontrou Valéria esperando por ela.

- Oi. E aí Deca? Vamos cair na noite?
- Nem pensar, estou morta! Só quero dormir
- Numa sexta-feira? Nem pensar! Já descolei quatro convites para a inauguração da casa de Shows do Jorge. Lembra dele?
- É claro! Não sabia que ele tinha conseguido levar adiante aquele sonho maluco de adolescente.
- E aí, vamos? A festa promete bombar. Todo mundo que conheço já confirmou presença. Você não pode ficar fora dessa, vai ser uma desfeita pra ele. Eu te ajudo a escolher a roupa, porque senão vai acabar vestindo um daqueles terninhos sem graça que insiste em usar.
- Hei! Eu gosto do visual de executiva; acho que fico muito bem.
- Parece uma velha coroca, daquelas solteironas que cheiram a naftalina, isso sim!
- Está bem! Você venceu! Quando começa assim já sei que não vai desistir enquanto não conseguir o que quer.Mas acho que ouvi você dizer que tinha quatro convites. Quem mais convidou pra vir conosco?
- Ninguém por enquanto; eles são nossos coringas...
- Como assim?
- Vai que a gente encontra algum gatinho muito fofo e solitário, totalmente carente, precisando se divertir e queira leva-lo para festa?... se não tivermos o convite não vai dar. Mas como sou uma pessoa prevenia, já tratei de garantir as entradas.
- Você não tem jeito mesmo! Vamos subir então
- Sobe primeiro; vou pegar seu jantar e comemos juntas quando sair do banho. Pelo cheirinho a tia fez o meu prato predileto... – e fala mais alto pra mãe de Deca ouvir – Tenho certeza que ela não vai negar um prato de comida a sua sobrinha mais querida no mundo inteiro. – e desanda a rir quando a tia lhe chama de chantagista.
- Estou realmente faminta. Não tive tempo de almoçar hoje, estou só com um lanchinho.

Deca subiu, tomou um banho rápido e revigorante e depois do jantar as duas se divertiram muito tentando escolher uma roupa pra festa.

- O convite diz “esporte fino”, e você só tem “esporte velho”... – disse Valéria olhando de forma desanimada para as peças penduradas no armário da prima – quem sabe não achamos um vestido que fique bem em você lá no meu guarda-roupas?
- De maneira nenhuma. Suas roupas são muito curtas e não combinam nada comigo. Se deixar por sua conta acabo saindo só com a bainha da saia... me deixe pensar...

De repente Deca lembrou de um vestido que tinha comprado para usar no casamento de uma amiga, do qual havia sido a madrinha. Depois desta data nunca mais vestiu aquela roupa, pois a considerara muito sexy, mas aquela noite Deca estava se sentindo muito alegre e resolveu arriscar o “modelito” em questão.

- Pegue aquela caixa grande pra mim, mas não abra. Acho que tenho a roupa exata pra essa festa, e com certeza você vai aprovar.
- Assim você me mata de curiosidade... – disse Valéria, sem dar ouvidos ao que a prima disse, já tentando abrir a caixa.
- A curiosidade matou o gato. Espere que já te mostro – Deca tomou a caixa das mãos de Valéria, correu para o banheiro trancando a porta atrás de si.

Demorou um pouco, mas quando saiu já vestida e maquiada ouviu sua prima assobiar e bater palmas num gesto claro de aprovação.

- Adorei! Era isso exatamente o que estava pensando, algo sexy e totalmente diferente de tudo o que já vi você usar. Com certeza vai arrasar! Agora vou ter que voltar em casa e escolher outra roupa pra mim... Por que se for com a que tinha separado, vão pensar que você está levando a filha da lavadeira pra se divertir...
- Bobinha! Você nunca vai parecer a filha da lavadeira, mas não acha que está decotado demais? Esse vestido faz eu me sentir nua!
- Deixe de bobeira, você esta ótima! Esse vestido te caiu como uma luva, não sei porque nunca a vi usando antes. Agora dê uma voltinha pra eu ver melhor esta maravilha. – seus olhos brilhavam. Realmente havia aprovado a escolha.

O vestido em questão era de crepe de seda pura, preto, com um decote generoso drapeado que nas costas chegava pouco acima das nádegas e na frente quase encostava no umbigo, o que impossibilitava o uso de qualquer tipo de roupa íntima a não ser uma minúscula calcinha, e pra piorar o vestido não tinha forro, apesar da cor escura o tecido tinha uma certa transparência, de pendendo da iluminação quem olhasse para Deca, poderia ver os contornos de seu corpo facilmente.
Apesar de não usar muito saltos altos Deca resolveu escolher um par de sandálias de salto alto dourada que era trançada até o joelho e uma bolsa pequena preta com detalhes em dourado, que iria combinar perfeitamente com a elegância do vestido.

- Agora que esta preparada pra arrasar, vou em casa me preparar e já volto.
- O que faço com meu cabelo?
- Que tal fazer um penteado meio preso meio solto, sei lá. Mas tem que ser algo que combine com o resto do visual. E nada de fazer aqueles horríveis coques que usa pra trabalhar. Que tal usar ele cacheado?
- Adorei a idéia, acho que já sei exatamente o que quer dizer! Vá se arrumar agora; prometo estar prontinha quando você chegar.
- Tudo bem. Vou tentar ser bem rápida. Outra coisa, vamos no meu carro, porque se não, vamos acabar tendo que empurrar aquela lata velha que você chama de carro, usando nossas roupas lindas...
- Olha lá como você fala do meu possante! – Deca ria enquanto a prima saia.

Como Valéria previra várias cabeças viraram para observar melhor, quando a prima saiu do carro em direção a festa, e lá dentro as coisas não foram diferentes.
O primeiro a elogiar foi Jorge; eles haviam sido namorados quando crianças e depois se tornaram grandes amigos. Hoje não lembrava em nada o menino magrela e descabelado que fora quando criança, havia se transformado num homem bonito. Não tinha ficado muito alto, mas o seu tipo chamava atenção, moreno jambo, olhos castanhos claros, corpo bem musculoso, sem contar com o seu jeito charmoso e cativante.

- Que bom que vieram! – ele falava com as duas, mas não tirava os olhos de Deca, há muito não a via tão exuberante – Se tivesse sequer imaginado que iria ficar tão linda quando crescesse, não teria deixado você escapar... Não mesmo...
- Sei... Você me trocou por uma menina mais velha! – disse fazendo uma cara de muito triste. – a minha diferença de idade para a sua nova namorada era realmente muito grande... eu tinha 5 e ela 7... bem mais madura – eles acabaram rindo muito
- Não sei o que eu tinha na cabeça...
- Sonhos, isso é o que você tinha na cabeça.
- Você lembra o nome dela? Nunca mais a vi desde que saímos da escola e ela se mudou com a família.
- Claro que me lembro do nome. Era Ana Clara. Às vezes a encontro perto do trabalho. Ela agora casou e tem dois filhos lindos. – de repente se deu conta que não havia incluído a prima na conversa, e resolveu dar um jeito na situação bem depressa – Mas mudando de assunto, viu como a Valéria está linda? Ela caprichou no visual só pra vir aqui prestigiar a inauguração da sua Casa. Aliás se não fosse pro ela não sei se teria coragem de vir. Cheguei do trabalho totalmente acabada, mas sabe como é a Valéria, um poço de energia e acabou me contagiando de tal forma que foi impossível não vir.
- Então acho que tenho que agradecer a ela. – os dois trocaram um longo olhar, que só foi interrompido quando um homem esbarrou em Jorge quebrando a magia do momento. – Aliás você e suas primas estão lindas. Tenho certeza que serão muito assediadas. Se for preciso basta chamar um dos meus seguranças e eles afastarão os mais engraçadinhos.
- Quem mais da minha família esta aqui? Ainda não vi ninguém. – e voltando-se para Valéria – Você sabia que mais alguma prima tinha comprado convite?
- Não que tivessem me avisado. – e passou a procurar com os olhos pra ver se encontrava a prima em questão
- A Alícia veio com o marido e uns amigos. Eles estão do outro lado do salão. Se quiser, posso avisar que estão aqui? Ou quem sabe preferem ir para lá? A mesa de vocês fica bem perto da dela.
- Não, por favor, não faça isso. Não vai ser preciso avisar.
- Algum problema? O que esta acontecendo?
- Não! Não esta acontecendo nada. – Valéria resolveu intervir – É que me desentendi com ela há uns dias e não gostaria de ter de resolver isso justo agora. Quero apenas aproveitar a festa e me divertir bastante. Os problemas podem ficar para outro dia.
- Compreendo. Infelizmente não posso ficar muito tempo aqui, tenho que ir às outras mesas e ficar de olho, pra ter certeza de que tudo esta correndo bem. Aproveitem a noite! Se precisarem de alguma coisa não exitem em mandar me chamar. – Ele olha em volta e chama um garçom que estava ali perto – Por favor traga uma rodada da bebida que elas quiserem. É por minha conta. Depois avise aos seguranças pra ficarem de olho nessas duas preciosidades. Avise pra me chamar imediatamente caso seja necessário ou elas peçam pra falar comigo. Pra elas estou sempre disponível. – e voltando-se para Deca e Valéria – Espero que estejam gostando da seleção de músicas do DJ. Daqui a pouco a orquestra vai começar a tocar, depois me falem o que acharam da casa e de tudo mais. A opinião de vocês vai me ajudar a melhorar o nosso atendimento. O.K.?
- Claro. Obrigada pela atenção. Agora vá receber seus outros convidados e checar as coisas. Pode deixar o resto conosco. Tenho certeza que vamos nos divertir muito esta noite.
- Eu já estou adorando tudo. Se precisar de alguma ajuda é só falar. – disse Valéria.
- Obrigado! Divirtam-se – disse Jorge saindo e sumindo na pista lotada.

Capítulo III

A festa estava ótima. Não houve um só momento em que a pista de dança ficasse vazia, nem mesmo nas pausas para o descanso da orquestra quando o DJ assumia a música. O serviço dos garçons estava impecável e a segurança desencorajava qualquer atitude mais hostil por parte dos convidados. A bebida e a comida estavam excelentes. Por mais que procurasse não havia encontrado uma só falha que fosse.
Deca e Valéria se divertiam tanto que já nem se lembravam mais que Alícia estava ali, até o marido dela, Marcelo, aparecer em sua mesa e sugerir que ficassem todos juntos. Não havia como recusar o convite sem parecer totalmente indelicada, afinal os amigos da prima não sabiam o que havia acontecido no passado e com certeza estranhariam a atitude, sendo assim resolveu aceitar o convite. Deca ainda tentou se divertir, mas quando Valéria arrumou uma companhia a coisa ficou realmente constrangedora.
Sabendo que a esposa e Deca não se falavam há muito tempo e dos motivos que causaram esse afastamento, Marcelo procurava evitar que as duas ficassem sozinhas à mesa, e sempre que o silêncio ameaçava imperar, tentava puxar assunto.
Deca tinha um enorme carinho pelo marido da prima. Aliás não conseguia entender como ele havia sobrevivido a chuva de namorados e conseguido fazer com que ela aceitasse o seu pedido de casamento.
Apesar de não conviver muito com Marcelo, sabia que era um homem calmo, centrado e muito apaixonado pela esposa, capaz de ir até o fim do mundo para satisfazer todos os seus desejos, até mesmo os mais absurdos. Ele vinha de uma família abastada, tinha uma boa aparência, era branco, não muito alto, tinha olhos verdes e cabelos castanhos. Pelo que Valéria havia contado era dono de uma próspera empresa de informática.
Em um dado momento em que se encontrava sozinho com Deca à mesa, enquanto a esposa dançava com os amigos resolveu tentar aproximar mais um pouco as primas.

- Eu sei que não deve estar sendo muito fácil pra você, mas eu gostaria muito que tentassem se acertar, voltar ser amigas. Não gosto de ver uma família tão bonita separada por causa de uma coisa que aconteceu há tanto tempo.
- Sei que a sua intenção é boa, mas não dá... Quando alguém nos trai , não dá mais pra restaurar a confiança. Ela me machucou muito. Existem marcas que ficam para sempre. Mas não gostaria de falar sobre isso agora.
- Tudo bem. Hoje não é dia pra resolvermos um problema assim tão complicado, mas eu tinha que arriscar...
- Tudo bem... eu entendo.

Mesmo dançando com os amigos, Alícia observava a cena entre o marido e a prima. Tinha medo do que eles fossem falar. Sabia que só podiam estar falando do que ocorrera entre as duas no passado, e resolveu intervir. Interrompeu a conversa e chamou o marido para dançar, disse que estava querendo namorar um pouco enquanto estava tocando música lenta.

- Tenho certeza que o Cristian vai adorar ficar te fazendo companhia. Quem sabe vocês não descobrem alguma coisa em comum? – falou cheia de sarcasmo. Criando uma situação muito chata. O rapaz em questão parecia muito simpático, e logo puxou papo.
- Enfim sós!
- Como?
- Desculpe, é só uma brincadeira. Você é mesmo muito arredia... – e mudando de tom – Quer dizer que finalmente eu conheci a famosa Deca. Realmente foi um prazer – falou olhando-a dos pés a cabeça e deixando-a muito sem jeito.
- Famosa, eu? Desde quando?
- O Marcelo fala muito de você lá no trabalho. E pelo que pude perceber, ele tem razão de te achar uma pessoa bastante interessante...
- Não sei o que ele pode falar a meu respeito. Não nos conhecemos muito bem. O nosso contato é bem pequeno.
- Ele te acha uma pessoa agradável, e pelo visto gosta muito de você. – falou dando um tom bem significativo a frase.
- Não gosto de indiretas. Por favor seja mais claro.
- Não dei nenhuma indireta, disse apenas que ele gosta muito de você. Sabe, eu e Marcelo somos amigos desde o ginásio, no segundo grau conhecemos a Alícia. Nossa! O cara suou pra conseguir namorar com ela. Ele teve que ser bastante insistente. Não sei se ficou sabendo, mas fui padrinho de casamento deles.
- Desculpe, mas eu não fui ao casamento. Eu e Alícia nos desentendemos quando ainda éramos adolescentes. A coisa foi tão séria que até hoje evitamos de nos encontrar, nem sempre conseguimos, mas tentamos.
- Eu sei, mas pensei que depois de tantos anos, você já tivesse pelo menos visto as fotos ou o filme do casamento, que já tivesse superado o passado...
- Sinto muito, mas se insistir nessa conversa vou ser obrigada a me retirar. Será que podemos mudar de assunto?
- Desculpe. Não quero ser chato, ou estraga prazeres. Que tal esquecermos tudo e dançar um pouco? O baile está ótimo e adoro esta música. Não sou um bom dançarino, mas prometo tentar não pisar no seu pé.
- Ótima idéia. Vamos lá!

Cristian se mostrou uma companhia muito agradável, não se podia negar que o seu charme era contagiante, apesar de não terem começado muito bem quando se conheceram, depois de um tempo passou a gostar da conversa e do jeito de fazer piada com tudo o que estava acontecendo ao seu redor.
Ele era moreno jambo, tinha cabelos muito negros e olhos cor de mel, corpo musculoso, mas não muito, e alto, muito alto.
Dançaram quase a noite toda, apesar de perceber que Alícia não estava gostando nada de vê-los tão próximos. Deca não se sentiu constrangida nem mesmo quando ele a puxou para dançarem abraçadinhos ao som de uma música lenta, ate mesmo Valéria trocou de par com ela algumas vezes, e sempre que voltava a mesa estava rindo de alguma coisa que ele havia falado.
No final da noite, Valéria e Deca já estavam se despedindo do grupo quando Cristian as convidou para pegar uma praia no feriado que estava próximo.

- Adorei conhece-las! Acho que vamos nos tornar bons amigos. Vou ficar torcendo pro tempo passar bem rápido.
- Mas não precisa espera o feriado pra ligar pra gente. Não é mesmo Deca? – disse Valéria. – Aqui está o meu cartão. Ligue quando quiser.

Depois de tudo combinado e de trocarem telefone para acertar melhor os detalhes, se despediram. Já estavam quase chegando ao carro quando Marcelo as chamou de volta e convidou-as pra pegar uma piscina na casa deles no dia seguinte, ele seguia firme na sua decisão de fazer a reconciliação das primas.
Sabia que estava se arriscando a afasta-las cada vez mais com a sua insistência, mas tinha que tentar.

- O Cristian vai dormir lá em casa. Quando soube que ele talvez não fosse a inauguração da casa do Jorge por causa de condução, não tive dúvidas e o chamei pra ficar conosco. Vamos aproveitar pra colocar o papo em dia. Vamos lá, vai ser legal. Pegamos uma piscina pela manhã, fazemos um churrasco na hora do almoço e mais tarde levo todos pra casa. Que tal?
- Quem sabe – disse Deca totalmente sem graça. Sabia que o convite era sincero, mas não estava a fim de enfrentar uma batalha com a prima naquele momento, muito mais no território dela. Tinha que encontrar uma maneira de recusar o convite. Não foi preciso pensar muito, pois vendo a prima numa verdadeira sinuca de bico, Valéria resolveu intervir.
- Vocês vão ter que nos desculpar, mas já temos um compromisso amanhã. Vamos almoçar na casa de praia de uns amigos meus; apesar da Deca ter esquecido pelo que me parece...
- Tinha esquecido completamente – emendou rapidamente. – Infelizmente não vai dar, fica pra outra vez. Agora vocês vão ter que me desculpar, mas estou realmente muito cansada, doida pra chegar em casa e tirar esses sapatos que estão me matando e cair na minha cama.
- Que pena. Mas amanhã vou ligar pra vocês. Quem sabe não mudam de idéia e resolvem nos fazer companhia? – disse Marcelo.
- Por favor não seja chato meu amor. Minhas primas já disseram que tem compromisso pra amanhã.
- Eu já entendi. Caso cheguem cedo da festa passem lá em casa. Mesmo que o churrasco já tenha acabado vou pedir a empregada pra guardar um pouco da sobremesa. Ela faz uma mousse de chocolate de comer rezando.
- Isso é mesmo tentador. Prometo que se chegarmos cedo dou uma passadinha por lá. Ta bom assim? Agora tenho mesmo que ir. Meus pés estão me matando. Há muito tempo não dançava tanto. – disse já se encaminhando novamente pro carro.
- Não sem antes nos despedirmos do Jorge. – disse Valéria – Vai abrindo o carro que vou dar um pulo lá dentro pra avisar que estamos indo. Não vou demorar.

Pouco tempo depois que havia saído, Jorge chegou na porta da Boate e foi na direção das duas para se despedir.

- Espero que tenham gostado da noite. – e virando-se para Deca – Será que posso te ligar amanhã pra saber o que achou da casa e trocar umas idéias? Preciso te fazer umas perguntas. – e novamente voltando-se para Valéria – Adorei que tenha vindo. Espero te ver aqui mais vezes. E não se preocupe com a entrada, vocês são minhas convidadas de honra, o nome de vocês vai estar sempre na portaria. Tenham certeza.
- Obrigada. Mas desse jeito você não vai ter muito lucro não é mesmo?
- Deixa o problema do caixa por minha conta.
- Prometo voltar na semana que vem – disse Valéria. – Eu realmente adorei tudo!

As duas já estavam no carro tagarelando e se preparando para sair quando o telefone de Deca começa a tocar.

- Não estou reconhecendo este número de telefone. Quem será a uma hora dessas?
- A única maneira de saber quem é, é atendendo...
- Eu sei sua boba, é apenas um jeito de falar. Alô...
- Sou eu, Cristian. Queria te dizer duas coisas: uma é que adorei mesmo te conhecer, e a outra é saber se posso te ligar amanhã pra ver se a gente consegue marcar alguma coisa antes da praia. Prometo não levar nem o Marcelo nem a Alícia. Só nós dois, ou nós três , caso queira levar a Valéria.
- Claro! Pode ligar, sem problema.
- Tem certeza que não pode desmarcar o seu compromisso e vir almoçar conosco amanhã?
- Infelizmente não vai dar mesmo. Isso já estava marcado há muito tempo e se não fosse a Valéria, com certeza deixaria um furo enorme ao não aparecer.
- É uma boa oportunidade para nos conhecermos melhor antes do feriado.
- Isso seria realmente maravilhoso, mas infelizmente não posso cancelar meu compromisso. Eles não me perdoariam de jeito nenhum.
- Tudo bem, eu entendo. Boa Noite! Durma com os anjos. Só não vou dizer pra sonhar comigo porque não quero que caia da cama ou tenha pesadelos.
- Bobo... Boa Noite. – e desligou o telefone
- Parece que alguém está muito interessada num certo moreno de olhar melado... – disse Valéria – Só não vá esquecer de quem ele é amigo. Não querendo ser estraga prazeres, tenho que te lembrar que a Alícia é capaz de qualquer coisa pra te ferir. E sendo ele amigo dela...
- Eu sei o que quer dizer... pode deixar que vou tomar cuidado.
- É bom mesmo. Agora coloca logo esse sinto que quero ir pra casa.

Capítulo IV

Assim que chegaram em casa, Marcelo e Alícia começaram a discutir por causa do incidente na saída da casa de shows.

- Você tinha que insistir pra aquela songa monga vir aqui em casa?
- Já esta na hora de alguém tomar uma atitude e acabar com essa desavença entre vocês. Não é possível que duas primas fiquem brigadas por tanto tempo, por uma coisa que aconteceu quando ainda eram adolescentes. Agora vocês são mulheres feitas, com idade suficiente pra resolver seus problemas do passado.
- Eu não tenho nada pra resolver com a Deca. Ela é uma falsa.
- Vamos deixe disso. Ela me pareceu uma pessoa muito simpática e sensata. Tenho certeza que se tiver um pouco mais de boa vontade vão acabar se entendendo.
- Já que resolveu ser o defensor dela, porque não vai dormir lá na casa da minha tia? Só tem uma cosa, pelo que sei ela ainda quer chegar ao casamento pura e casta. Então não vá pensando que vai rolar alguma coisa a mais.
- Deixa de ser suja! Não foi nada disso que pensei. Aliás a idéia de dormir na casa da sua tia foi sua. Depois não reclame se acabar aceitando a sua sugestão.
- Não seja por isso! – Alícia entrou no quarto e voltou quase em seguida com uma bolsa com alguns pertences de Marcelo dentro – aqui estão algumas coisas que você vai precisar pra dormir fora.
- Eu não vou a lugar nenhum! Vou dormir no meu quarto e na minha cama.
- Isso é o que vamos ver! – disse voltando para o quarto e trancando a porta.

A discursão ainda durou um bom tempo com Alícia do lado de dentro do quarto e Marcelo do lado de fora. Cristian interveio várias vezes tentando acalmar o casal, mas quando foram dormir, Marcelo resolveu passar a noite na casa de hospedes, nos fundos do quintal.

- Ele já foi – avisou Cristian. E logo em seguida a porta se abriu. – Estava bem aborrecido. Parecia um bicho enjaulado. Só quero ver como vai fazer pra conseguir que ele te perdoe depois.
- Isso eu resolvo mais tarde. Agora me da um beijo que preciso relaxar...
- É pra já – disse Cristian tomando-a nos braços e beijando a boca avidamente.
- Cara! Achei que aquela “mala” não iria embora nunca mais!
- Eu falei pra você não casar...
- Mas eu precisava. Esqueceu que meus pais praticamente me botaram na rua? Eu estava desempregada e precisava de outro lugar pra ficar, a casa dos meus pais era um verdadeiro inferno!
- Você poderia ter ficado comigo, eu te dei essa opção.
- Você não mandava em nada na sua casa. Tinha acabado de se formar e seus pais ainda te sustentavam. Sem contar que sua mãe queria ver o diabo, mas não suportava nem sequer ficar no mesmo ambiente que eu. Ela não perdeu tempo em me julgar.
- Você tem razão, naquela época eu não era ninguém, mas você podia ter ficado comigo e me ajudado a conquistar tudo o que tenho hoje. Mas preferiu pensar no dinheiro do que na sua felicidade. Agora percebe porque dizem que o dinheiro não traz felicidade?
- Não adianta chorar sobre o leite derramado. O que passou, passou. Tenho que pensar agora é como arrumar o meu futuro.
- Porque não pede o divorcio?
- Esta maluco? Se eu fizer isso, perco tudo. Esqueceu que os pais dele exigiram que fizéssemos um acordo pré-nupcial?
- Então arruma logo um filho! Se quiser, te dou uma mãozinha... Aquele “mané” é tão tapado, que nem iria desconfiar...
- Agora gostei... Essa proposta esta me interessando muito...
- Então porque não começamos a trabalhar neste projeto agora mesmo?... – disse já abrindo a porta do seu quarto.
- Vá se preparando que já te encontro. Primeiro, tenho que trancar a porta do meu quarto; vai que aquela anta resolve voltar pra casa de madrugada, pra fazer as pazes...
- Vou esquentando a cama pra você...
- Antes disso ligue pra Deca. Faça uma média. Diz que não consegue tira-la do pensamento, que precisa ouvir a voz dela mais uma vez pra poder dormir em paz. Alguma coisa do gênero.
- Pra quê? Eu já falei com ela mais cedo, quando estávamos saindo da boate. Nós já marcamos de ir à praia no feriado e eu prometi que ligava pra ela amanhã!
- Ligue mesmo assim, diga que é só pra dar boa noite, sei lá.
- Não, hoje não. Amanhã bem cedo eu ligo. A mina é gostosinha, mas não vale um esforço tão grande assim pra impressionar. E além do mais senti que já ficou caidinha pelo moreno aqui. Essa vai cair fácil, fácil.
- Convencido... Mas você tem razão, se insistir muito ela pode ficar desconfiada. Prepara um banho pra gente que já te encontro no quarto.
- Não demora, você sabe que não gosto de esperar.
- Vou demorar só um pouquinho, e acredite você vai gostar... – Alícia procurou colocar a camisola mais sexy que tinha no guarda-roupas, trancou o quarto e voltou pra junto de Cristian que a esperava ansioso. – Valeu ou não a pena esperar?
- Chega mais perto que te digo...

Cristian e Alícia fizeram amor várias vezes naquela noite, e sempre que conversavam, entre uma transa e outra, riam e faziam piadas da cara de Deca e Marcelo, ou então ficavam bolavam um plano para aproximar Cristian da prima sem que ela desconfiasse.
Na madrugada, incentivada pelo amante, Alícia foi até o quarto de Marcelo pedir desculpas e seduzi-lo, afinal eles poderiam ter feito um bebê aquela noite, e dessa forma Marcelo não desconfiaria de nada caso o fato se tornasse real.
Ao chegar ao quarto onde o marido estava, Alícia respirou fundo e apesar de estar com uma vontade louca de sufoca-lo com o travesseiro, chamou por Marcelo. Ele ainda tonto de sono olhou pra ela achando que era um sonho.

- Não meu amor, isso não é um sonho. Eu bem que tentei pegar no sono, mas não consigo ficar naquela cama enorme sem você, aliás, não consigo imaginar minha vida sem você.
- Vamos esquecer este incidente. Ok? Eu também não quero passar o resto da noite sem ter você ao meu lado.
- Marcelo? Eu queria perguntar uma coisa, mas não sei nem como começar... – disse fingindo-se muito constrangida, chegou até mesmo a torcer as mãos para dar mais verocidade ao que iria falar.
- Pelo princípio, é sempre mais fácil.
- Você não gostaria de ter filhos?
- Por quê? Você está pensando nisso?
- Talvez... – disse baixando os olhos e mantendo-os voltados para a colcha.
- Oh meu amor, eu adoraria ter um filho com você; - Marcelo levanta o seu rosto e a força a encara-lo – Nunca toquei neste assunto porque achava que não fosse querer. Na verdade você não é lá muito maternal.
- Posso não ser agora, mas cada vez que penso em carregar um filho seu aqui – Alícia acaricia a barriga – eu sinto um calorzinho gostoso no meu peito. Acho que na verdade o que me faltou até agora, foi coragem de assumir uma responsabilidade tão grande, mas quando vi você sair pela porta a fora, percebi que não posso ficar sem você, e se nós tivermos um filho, eu vou ter sempre um pedacinho seu comigo, mesmo que você deixe de me amar... – para dar mais ênfase ao texto, Alícia enfia as unha na palma da mão até seus olhos lacrimejarem – por favor, pelo menos pense nisso, eu sei que agora estou preparada pra ser mãe, e não vejo outra pessoa pra ser o pai do meu filho se não você.
- Meu amor! Eu nunca vou te deixar, nem pense nisso! E nada me fará mais feliz que ter um filho contigo. – Marcelo toma a esposa nos braços com carinho, acaricia as suas costas e a beija suavemente.
- Então porque não começamos a trabalhar neste projeto agora mesmo?... – disse enquanto tirava a camisola de forma sensual.
- Espero não estar sonhando. Venha meu amor, vamos ver se temos sorte hoje...

Alícia e Marcelo passaram o resto da madrugada se amando de todas as formas.
Pela manhã quando levantou Marcelo foi até a casa principal falar com os empregados, pedir pra levar o desjejum de Cristian, mas já o encontrou a beira da piscina.

- Olá! Desculpe estar abusando, mas esta piscina estava me chamando.
- Não tem problema, fique a vontade. Vou entrar por um minuto e pedir pra servirem o nosso café. Cara estou acabado!
- Você já viu a Alícia? Espero que consigam superar os problemas de ontem. Não gosto nem de pensar em vê-los brigados. Vocês fazem um casal perfeito.
- Não se preocupe, já está tudo bem; aliás, tudo muito bem...
- Que bom! Estava preocupado, hoje quando levantei perguntei por vocês e os empregados me informaram que a Alícia não estava no quarto e que não haviam encontrado você.
- Alícia estava comigo! Cara, que noite! Parece que aconteceu uma vida inteira entre ontem e hoje!
- Não entendi.
- Deixe pedir o café da Alícia e depois conversamos.

Enquanto Marcelo se dirigia a o interior da casa principal, Alícia chega na janela do quarto de hóspedes e faz um sinal de positivo pra Cristian, em seguida começa a fazer um strip tease sem tirar os olhos dele, mas também tomando cuidado pra não deixar o marido ver.
Cristian já estava totalmente excitado com aquela situação, e quando se preparava pra pôr suas mãos por dentro do calção, percebeu a movimentação dos empregados, o que demonstrava que Marcelo já já iria sair, ele rapidamente pegou a toalha que estava pendurada no braço da cadeira e colocou sobre o colo e fez um sinal pra que Alícia também percebesse.
Quando Marcelo voltou parecia que nada havia acontecido, e para dar mais tempo a Alícia, Cristian começou a puxar assunto

- Agora me explica, essa história de que aconteceu uma vida entre ontem e hoje?
- Pra você perceber a extensão dos acontecimentos, basta dizer que a Alícia resolveu que quer ter um filho comigo!
- Tem certeza? Ela sempre me pareceu avessa à maternidade.
- Pois é, mas agora ela diz se sentir preparada pra isso, que não quer esperar mais, que quer ter um filho logo, e tem mais..
- Espera ai, conta bem devagar, com muita calma que ainda estou chocado com esta notícia que acabou de me dar.
- Você sabe que ela sempre teve dificuldades em assumir qualquer sentimento que não fosse raiva ou amizade, pois bem, ontem ela chegou a chorar, e finalmente disse que me ama, e que tem tanto medo de me perder que se protegia desse sentimento tentando minimiza-lo, mas que agora já não conseguia mais fazer isso, que esse amor tinha crescido tanto que a fez querer dividi-lo comigo através de um filho!
- Nossa! Isso é realmente incrível! É meu amigo, realmente “aconteceu uma vida entre ontem e hoje”! Cara, fico realmente muito feliz por vocês.
- Eu ainda estou atordoado com o que aconteceu... feliz, mas atordoado...
- É parece que eu dei sorte! Foi só eu vir dormir aqui, e vocês se re-descobriram. Acho que mereço ser o padrinho do bebê, não?
- Padrinho, madrinha, o que você quiser...
- Bem nesse caso, você poderia chamar a Deca pra ser a madrinha.
- Acho que tem mais alguém apaixonado por aqui...
- Não sei se estou apaixonado, mas aquela menina não me sai da cabeça, confesso que tive uns sonhos bem interessantes com ela esta noite.
- Ei ! olha como fala da prima de minha esposa! Agora deixe-me levar o café da Alícia.
- É bom mesmo, pode ser que você já esteja alimentando dois...
- Tomara! Sabe, essa idéia me deixa feliz, mais tarde quando ela levantar vamos comemorar. Que tal.
- Vamos fazer o seguinte, vocês trabalham neste seu novo projeto durante o dia e eu fico aqui, tomando sol nesta piscina maravilhosa e nós comemoramos no jantar. Quem sabe não consigo convencer a Deca a vir jantar conosco?...
- Por favor não faça isso. Vamos deixar a Deca afastada daqui de casa por um tempo. A Alícia pode não gostar de vê-la aqui hoje depois de termos brigado tanto pro causa dela.
- Tem razão. A Deca pode esperar. Mas nosso jantar de comemoração hoje a noite, está de pé. Não?
- Com certeza! Até lá sinta-se em casa. Os empregados já foram informados que seu pedido é uma ordem. Aproveite o dia, que vou fazer o mesmo...
- Veja se capricha no meu afilhado ou afilhada!
- Pode deixar! – e vendo que uma empregada se aproxima com a bandeja de café da manhã que havia pedido para Alícia, Marcelo se antecipa e decide leva-la ele mesmo. – Agora deixa eu levar este maravilhoso café pra futura mamãe lá em cima.
- Mais uma vez, meus parabéns!

Capítulo V

Deca e Cristian se falaram várias vezes antes do feriado, e quando finalmente chegou o dia do encontro, ela resolveu ir bem mais cedo pra praia a fim de estar bem relaxada quando ele chegasse.
O dia estava lindo, e o sol prometia ficar cada vez mais forte.
Deca agradeceu ao céu por ter se obrigado a ir a praia todos os domingos, pois agora seu bronzeado estava perfeito e fazia um belo contraste com o biquíni branco, que pouco deixava a imaginação de quem estivesse olhando.
Ela localizou o ponto marcado para o encontro, estendeu sua kanga, ligou o disk-man e deitou-se para relaxar.
Lá pelas 9:00h quando o sol começou a esquentar, ela resolveu dar um mergulho para se refrescar. Cristian chegou no exato momento em que voltava do mergulho; seu corpo curvilíneo de seios fartos, bronzeados, totalmente molhado, era uma visão extremamente sexy e os banhistas que estavam por perto não pouparam elogios e assobios.
Ele começou a prestar mais atenção nos detalhes e dar nota para o que via.

- Rosto oval, olhos castanhos esverdeados, boca carnuda, dentes claros, cabelos sedosos, longos e ondulados: nota 10. Corpo de parar o trânsito, bumbum redondinho sem estrias ou celulite: nota 11, fala sério! Esses seios estão pedindo que eu de uma boa apalpada, e esse jeitinho de moleca totalmente despretensiosa que deixa qualquer um louco.

De repente ele percebeu que estava ficando excitado a ponto de ter que colocar sua mochila pra frente, então achou melhor pensar em outras coisas por um segundo antes de ir até Deca. O primeiro pensamento que teve foi que precisava bolar um plano para fazer com que Alícia não desconfiasse que ficara muito interessado em sua prima.
Não seria nem um pouco penoso cumprir o que havia prometido a Alícia, aliás, seria um prazer; e quisesse ela ou não, ele iria fazer de tudo pra levar Deca pra cama. Uma mulher daquelas não se podia desperdiçar! De jeito nenhum!
Cristian respirou fundo mais uma vez, e foi ao encontro de Deca, ele chegou quando ela, deitada de bruços na kanga, desatava o biquíni e tentava em vão cobrir toda a área das costas com o bronzeador.
Ao vê-lo Deca ficou totalmente sem graça, mas conseguiu sorrir.

- Oi! Quer ajuda?
- Obrigada! Você não acha que nós deveríamos ter braços maiores?
- Com certeza. Mas você não precisa passar por essa dificuldade com o bronzeador, aqueles rapazes ali – apontou para um grupo de homens que estavam olhando para ela babando – não iriam te negar uma ajudinha...

Deca corou até a raiz dos cabelos, mas resolveu entrar no jogo e tentar seduzi-lo também.

- Você tem razão... Como é que não vi esses rapazes tão prestativos aqui? Acho melhor chamá-los logo, antes que minhas costas fiquem ardendo. Muito obrigada pela dica.
- Sabe, eu também sou muito prestativo e pra provar, vou fazer esse sacrifício de passar o bronzeador pra você, apesar de não ter se levantado pra me dar um abraço quando cheguei.
- Mas é claro – Deca ficou sem graça com a observação de Cristian, e já ia se levantando esquecida de que o biquíni estava desamarrado.
- Acho melhor não fazer isso agora, a não ser que você seja adepta ao top less...
- Oh meu Deus! Espere um pouco que vou amarrar este biquíni. É que não gosto da marca que fica nas costas. Tem gente que acha sexy, mas eu não gosto.
- Não precisa, relaxe que passo o bronzeador pra você, o abraço fica pra mais tarde, quando for dar um mergulho. – e se abaixando pra começar o trabalho, comentou – Então é assim que você faz pra não ter marca nas costas... quando vi seu bronzeado e não achei a marquinha nas costas, pensei que fosse adepta do nudismo...
- Não, de maneira nenhuma! Eu morreria de vergonha; até um tempo atrás, eu usava maiô inteiro, mas a marca ficava muito feia. Minha prima Valéria me fez colocar um biquíni e tomar sol na casa dela por uns tempos, até que meu bronzeado estivesse uniforme.
- Porque não usava biquíni?
- Eu não achava que ficaria bem de biquíni, sempre tive problemas com meu peso, sempre fui a gordinha da turma, por isso tinha vergonha, mas minha vida mudou de repente e então eu parei de me preocupar, passei a perceber que outras pessoas muito mais gordas iam a praia de biquíni, e então deixei de me importar com isso, não vou a praia pra arrumar namorado, mas pra me divertir e relaxar.
- Você era gorda?
- Tenho este mesmo peso desde os 16 anos. Vivo dizendo que vou fazer dieta, mas eu adoro cozinhar, e comer. Então desisti.
- Não estou vendo gordura em lugar nenhum. Você é curvilínea, não gorda. Não sei quem disse que os homens gostam das mulheres esqueléticas. Nós gostamos do meio termo, uma mulher com curvas, que não seja gorda, mas que tenha carne pra se pegar. Desculpe a forma de falar, mas é a verdade.
- Sei que só está sendo educado, mas mesmo assim obrigada. – finalmente Deca consegue alcançar o bronzeador que havia escorregado pra debaixo da kanga. – Aqui está o bronzeador. Passe bastante por favor.

Quando Deca se esticou na kanga de maneira mais relaxada, suas nádegas ficaram ainda mais arrebitadas e pareciam pedir a Cristian que as tocasse, e com muita dificuldade ele se concentrou na tarefa que tinha que cumprir, mas estava sendo um verdadeiro suplício pois a pele dela parecia feita de seda, muito macia ao toque; e aquelas gotinhas de água do mar escorrendo dava vontade de sugar toda a extensão. Quando finalmente deu por terminada a tarefa, Cristian suava frio e suas mãos estavam muito tensas, e pra piorar ele estava novamente excitado, muito excitado, e teve de recorrer mais uma vez ao subterfúgio da mochila. A coisa ficou ainda pior quando ela pediu a ele que amarrasse as cordinhas de baixo do sutiã na lateral da calcinha pra que ela pudesse sentar pra conversar e mesmo assim não ficar com a marquinha tão comentada.
Deca estava se sentindo muito confiante naquela manhã em particular, e resolveu tentar seduzir Cristian. Sentou-se de frente para ele e perguntou se ele queria o bronzeador, filtro ou bloqueador solar.

- Eu vou aceitar o filtro solar, esqueci o meu no carro, e pra falar a verdade estou com preguiça de ir buscar.
- Então vou retribuir o favor; vire-se que vou passar o filtro nas suas costas.

Não tinha como negar, mas ele sabia que a situação só iria ficar pior quando ela tocasse na sua pele.
Deca percebeu que Cristian estava muito excitado e isso a deixou ainda mais ousada, e resolveu passar o filtro de forma extremamente lenta e meticulosa. Ele quase ronronava enquanto ela esfregava o produto em suas costas. Ao terminar ela o surpreendeu com mais um cuidado.

- Agora vire-se que vou passar o filtro no rosto, porque se não vai acabar ficando vermelho e depois vai descascar.
- Não precisa, eu mesmo passo.
- Anda logo, vire-se. Quando a gente passa filtro solar no rosto geralmente fica com a cara branca, porque não dá pra ver o que esta acontecendo, e com isso não espalhamos direito o produto.

Deca fez de propósito, ficou de joelhos entre as pernas de Cristian, e deu um jeito para que seus seios ficassem bem na direção da cara dele. Ela viu quando ele fez força pra engolir e teve vontade de dar uma risada, mas ao mesmo tempo se sentiu orgulhosa do poder que estava exercendo sobre ele. Ela resolveu disfarçar.

- Feche os olhos e levante o rosto.
- Olha, realmente não precisa.
- Vamos logo.- quando ele finalmente cedeu e ela pode começar o processo, resolveu puxar assunto – Nossa você esta tenso! Seus músculos estão rígidos até dizer chega! Você deveria relaxar mais. Pronto terminei!
- Obrigado! Pelo seu bronzeado, você deve vir a praia todos os dias.
- Todos os dias não porque trabalho em período integral, mas venho todos os finais de semana, às vezes corro um pouco no calçadão e depois me jogo nesse mar maravilhoso, outras vezes, quando estou com preguiça ou tensa, venho só me deitar na areia e aproveitar o sol e o mar.
- Você chegou cedo hoje!
- Sim, gosto de chegar bem cedo e aproveitar enquanto a praia esta vazia e calma pra relaxar. E você? Costuma ir muito a praia?
- Não muito. Também trabalho em período integral. Eu adoro o Marcelo, mas não pretendo trabalhar pros outros a minha vida inteira, e como ele não pensa em expandir ou fazer novas sosiedades, assim que chego do trabalho me reúno com uns amigos que serão meus futuros sócios para estruturar a nossa empresa, e também estou procurando um lugar legal para construir a minha casa, quero que seja perfeita, do jeito que sempre imaginei. Como vê, só me sobra o final de semana pra pôr as minhas coisas em ordem, em casa.
- Morar sozinha é meu sonho! Tenho procurado um apartamento, mas com o que ganho esta difícil, muito difícil. A Valéria se ofereceu pra morar comigo e dividir as despesas, mas eu queria mesmo morar sozinha, sabe, ser dona do meu nariz.
- Isso é legal! Mas mudando de assunto, vamos dar um mergulho?
- O mar está bastante agitado agora, então vou ficar só na beirada. Tenho muito respeito pelo mar, morro de medo de me afogar.
- Você sabe nadar que eu vi.
- Sim eu sei mas...
- Vamos lá, eu te ajudo a passar da arrebentação. Pode confiar, sou bom nadador, e já fui salva vidas.
- Ok, vamos lá. Mas já vou avisando que estou com medo.

Com a ajuda de Cristian eles passaram a arrebentação, mas Deca ficou muito cansada e teve que se apoiar nele, porque ali não dava pé pra ela, era impossível tocar o chão.
Em um determinado momento a maré os jogou um nos braços do outro, e depois de se olharem por um tempo, rolou o tão esperado beijo. Um beijo forte, intenso que mexeu com todas as células do corpo de ambos, e eles passaram a explorar o corpo um do outro sem deixar terminar aquele beijo.
Cristian enfim pode espalmar suas mãos sobre as nádegas de Deca, explorar os seios, ele adorou encher as mãos com os seios dela, brincar com os bicos.
Deca por sua vez explorou o peito dele passeou suas mãos livremente pelo tórax de Cristian, depois espalmou as mão sobre as nádegas, e o puxou pra mais perto dela, como se isso fosse possível; ela queria, precisava senti-lo dentro dela, ali naquele momento e parecia que o mar resolvera colaborar , pois parara de jogar e estava totalmente sereno.
Deca cruzou suas pernas nas costas de Cristian num convite claro ao seu corpo, ele percebeu e passou a explorar de forma mais íntima o corpo colado ao seu. Quando percebeu que não iria agüentar mais, entrou no corpo cálido que estava ali, colado, se esfregando no seu. Deca suspirou, ela se sentia totalmente tomada por ele. Quando finalmente veio a satisfação final. Trocaram um beijo ainda mais profundo.
Só então eles resolveram voltar a areia, estavam exaustos.
Ao passarem pelos rapazes que Cristian havia citado anteriormente, eles bateram palmas e dois deles reverenciaram Cristian como se fosse um deus, ficaram de joelhos e balançavam as mãos.
Deca achou graça, e olhou para Cristian.

- Eu não falei que haviam rapazes muito atenciosos aqui, prontos pra te ajudar?
- Tem razão, você é muito observador. Muito obrigada pela dica. – ao terminar de dizer isso, ela se inclinou para frente e deu um beijo nos lábios de Cristian. Os rapazes foram a loucura e passaram a assobiar e chama-lo de rei. Deca estava morrendo de rir.

Ela deitou-se de frente na kanga e o chamou pra deitar-se ao seu lado, visto que a kanga era muito grande e caberiam os dois facilmente.
Assim que olhou nos olhos de Cristian ela viu o desejo estampado neles e ficou constrangida, porque estavam em lugar público.

- Você está mexendo com fogo mocinha... Agora me dê esse bronzeador, que vou passar pra você.
- Cristian... nós estamos na praia, tem muita gente olhando... veja lá o que vai fazer... – ela o viu pegar o bronzeador e em seguida falou bem perto do ouvido dela.
- Eu só vou passar este bronzeador em você, não posso deixar que perca o seu bronzeado. – Ele levantou o rosto e sem tirar os olhos dos olhos dela, começou a passar o bronzeador pelos ombros, pescoço, colo, quando chegou ao vão dos seios, Deca teve que fechar os olhos, ela sentia os mamilos ficando rígidos, e parecia que ele não estava com nenhuma pressa de terminar de passar o produto nos seus seios, teve uma hora que ela chegou a suspirar, foi quando ele falou novamente junto ao seu ouvido. – É pra compensar o que me fez sentir ainda a pouco, lá na água... – e lhe deu um beijo longo e profundo sem deixar de esfregar o bronzeador, só que agora na barriga dela. De repente ele para e volta a falar no seu ouvido. – Vamos sair daqui. Quero ficar com você. Agora! Você veio de carro?
- Não deixei com a Valéria! Cristian, eu... eu... – ela queria dizer que nunca tinha feito aquilo antes, transar logo no primeiro encontro, mas parecia que seu celebro não estava funcionando direito. – Eu nunca fiz isso antes, eu não sou de transar logo no primeiro encontro... não sei o que deve estar pensando de mim.
- No momento, só sei que quero ficar com você sozinho. Você quer?
- Quero!
- Vamos comigo, eu estou de carro.

Eles juntaram as coisas em tempo recorde e rumaram em direção ao carro. Quando finalmente entraram, Cristian a puxou pro seu colo e ela pode perceber que ele também estava excitado, ele a beijou com urgência e paixão que os deixou sem fôlego.
Quando ela voltou ao seu lugar e recuperou o fôlego falou.

- Isso pra mim é novidade! Eu geralmente sou muito contida...
- Eu também me surpreendi. Pra falar a verdade, esperava que você me descartasse. O Marcelo me disse que você é muito reservada, as palavras exatas dele foram, delicada e contida. Ele te gosta muito, e me fez prometer que iria cuidar bem de você. Chegou até a me ameaçar.
- O Marcelo? Como assim te ameaçar?
- Disse que se fizesse alguma coisa que te ofendesse ou magoasse, eu iria ficar sem uma certa parte do meu corpo... – ele falou em tom jocoso, mas Deca se sentiu contente ao perceber que tinha conquistado o respeito e o carinho do marido de Alícia.- O que foi? Disse alguma coisa errada?
- Não. É só que não sabia que el gostava assim de mim. Na verdade sempre simpatizei com ele. Sinceramente, não acho que eles se pareçam, só espero que ela o respeite.
- Na verdade eles estão tentando um bebê. E foi idéia dela.
- Jura? Nossa! Isso é que é mudança. Bem espero que dê tudo certo pra eles.
- E pra nós. Olha isso também é novidade pra mim. Geralmente eu espero conhecer melhor a pessoa que está comigo antes de iniciar um relacionamento, mas ficar com você me pareceu tão natural, tão certo. Entende? É como se isso tivesse que acontecer.
- Onde nós vamos?
- Eu ia te levar pra um motel, mas quero que o nosso primeiro momento sozinhos seja num lugar mais especial... na minha casa!
- Eu vou adorar! Onde você mora?
- A duas quadras da sua casa. Acredita nisso? Estávamos tão perto e nunca nos encontramos...

Mal entraram na casa e ele já foi agarrando Deca, despertando todos os seu sentidos. Beijando todo o seu corpo com ardor, tocando-a com mãos famintas, descobrindo seus pontos mais sensíveis e ela deixando ser tocada, sentindo todo seu corpo incendiado como nunca sentira antes. Ele percebeu a urgência do seu desejo, mas queria que ela o descobrisse também, precisava sentir o toque daquelas mãos delicadas em seu corpo, ansiava pelo contato daqueles lábios carnudos e sensuais em sua pele. Descobriu-se dominado pelo desejo que sentia por aquela menina simples de corpo delgado e olhos sensuais, de uma maneira que não aceitava a espera, então ele tirou as poucas peças que ela vestia e a fez deitar no tapete da sala sem deixar de beija-la um só instante. E como um maestro, conduziu a orquestra com toda imponência e tudo no seu exato momento. Beijou seu corpo todo mais uma vez e esperou até o momento em que ela pediu, quase implorando, para que ele consumasse aquele ato que ela tanto esperava. Abriu as suas pernas delicadamente e foi entrando em seu corpo vagarosamente, com uma calma que a deixou alucinada, ela não podia, nem queria esperar mais, mas ele queria prolongar ao máximo aquele momento mágico, e quando não pode mais agüentar, aumentou o ritmo até que chegaram, juntos, ao êxtase, quase beirando a loucura total, quando enfim puderam se abraçar e relaxar ouvindo e sentindo o ritmo de seus corpos voltando ao normal.
Depois de aplacar a fome que sentiam um do outro, Cristian lhe mostrou a casa, a piscina e os cachorros.
Ainda ficaram namorando mais um pouco, almoçaram e quando finalmente resolveu leva-la para casa, percebeu que ainda queria mais, e que talvez nunca ficasse satisfeito.
Ele precisava agradecer a Alícia pelo presente que ela havia lhe dado.

Capítulo VI

Cristian deixou Deca em casa e marcaram de se encontrar no dia seguinte poisele alegou que tinha um trabalho urgente pra fazer. Mas assim que entrou no carro pegou o celular e ligou pra Alícia.

- Adivinha onde estou!
- Na Sibéria.
- Na casa da Deca.
- O que você está fazendo ai a esta hora?
- É melhor conversarmos em outro lugar. O Marcelo está em casa?
- Não, ele foi jogar futebol com uns amigos em Paracambi. Só volta amanhã. Mas o que você esta fa zendo na casa da minha prima a essa hora?
- É melhor falarmos pessoalmente. Inventa uma desculpa e vai lá pra casa. Temos muito o que conversar.
- Acho melhor não ir, é muito perigoso? Se seus pais me virem...
- Eles estão viajando, só devem voltar amanhã a tarde.
- Mas e os empregados? Se me virem, com certeza irão contar pros seus pais que estive aí e a coisapode ficar preta, não só pra você mas pra mim também.
- Os empregados estão sempre muito ocupados não vão nem perceber. Vamos fazer assim, eu deixo o portão dos fundos e a porta da frente da casa da piscina abertos e você entra pelo portão e vai direto pra casa da piscina.
- Não seria mais fácil marcarmos em outro lugar?
- Não tem perigo. Meus pais resolveram reformar a casa da piscina e transforma-la em um espaço só pra mim; agora tem tanto material de construção na frente da casa que mal da pra ver que ela existe.
- Tudo bem. Vou ligar pro Marcelo e avisar que vou dormir na casa de uma amiga. Me ajuda a pensar em alguém... – de repente ela se lembra de uma pessoa. – Você ainda tem o telefone da Claudia?
- Acho que tenho. Porque?
- Sei que ela me quebra este galho. Afinal de contas ela não gosta do Marcelo. Acha ele um saco. Vive me dizendo pra deixa-lo, só o chama de moleirão.
- Essa Claudia é das minhas... Preciso reatar a nossa amizade... – disse dando uma outra entonação a frase.
- Nem adianta tentar, você não faz o tipo dela. A Claudia só gosta de velhos gagás com muito dinheiro. E você não é nem uma coisa nem outra.
- Acho que você está é com ciúme. Mas não se preocupe, não pretendo me desviar do nosso plano tão cedo, afinal sua prima já me ocupa bastante...

Assim que acertou tudo com a Claudia, Alícia ligou para o marido.

- Oi meu amor! Como foi o jogo?
- Acabou em empate, mas foi divertido. E ai como está?
- Com saudade... – ela dá uma pausa e respira fundo antes de continuar – Marcelo, eu não estou me sentindo muito bem..
- O que você tem? Está sozinha? Ligue pra sua mãe e pça pra ficar com você até eu chegar. Vou juntar as minhas coisas e volto hoje mesmo! – disse muito nervoso, atropelando as palavras.
- Não precisa. – procurou acalma-lo, afinla se voltasse pra casa naquele momento iria estragar todo o seu plano. – Desse jeito fico mais preocupada. Acho que conseguimos fazer nosso bebê naquela noite porque estou totalmente mareada, o dia inteiro com tonturas e uma vontade louca de comer figos com molho de tomate
- Espero que você esteja com razão. Agora mesmo é que volto mais rápido. Se sair agora, em mais ou menos quatro horas chego em casa.
- Não faça isso, se não vou me sentir culpada. Olha, a Claudia ligou hoje e me convidou pra dormir na casa dela essa noite. Tem muito tempo que não conversamos e além disso ela é enfermeira. Lá vou estar bem cuidada. Mas eu te liguei não só pra falar da Cláudia, mas pra pedir um favor...
- O que você quiser.
- Amanhã antes de vir pra casa compra uma caixa de figos? Minha boca chega a ficar cheia d’água só de pensar neles. Mas me liga antes de comprar pra saber se eu não mudei de idéia. Já me disseram que isso pode acontecer.
- Alícia, se o que você suspeita se confirmar, eu srei o homem mais feliz do mundo. Compro figos, ameixas, bananas, o que você quiser e quando quiser. Tem certeza que não precisa que eu volte ainda hoje? É cedo, saindo agora chegaria em casa perto da meia-noite.
- Não realmente não precisa. E de mais a mais, a Claudia pode cuidar de mim. Tenho certeza que ficaremos batendo papo a noite inteira. Afinal, se eu realmente estiver grávida, esta pode ser a minha última oportunidade de passar uma noite descompromissada com uma amiga.
- Você tem razão. Se cuide meu amor e prometa me ligar caso não melhore tá bom? Ligue a hora que for. Eu te amo.
- Eu também. Se você quiser falar comigo, liga no meu celular. A Claudia mudou o número do tlefone e só depois que desligou é que percebi que não havia anotado o novo número. Boa noite amor. Durma com os anjos. Já estou morrendo de saudade.
- Eu também. Cuide-se. Boa noite.

Assim que desligou o telefone Alícia pegou seu carro, deixou na garagem da casa de Claudia, chamou um táxi e foi direto para a casa de Cristian. Não podia perder tempo.
Tinha que ser muito cuidadosa porque, morando tão perto da casa de Deca e Cristian, qualquer vizinho poderia desconfiar se a visse sem o marido na casa dele, fosse a hora que fosse.
Ainda no táxi Alícia mandou que Cristian deixasse o portão da garagem aberto pra que o motorista a deixasse dentro da casa, assim ninguém viria quem estava entrando e procurasse levar os empregadospra longe do lugar.
Logo que o motorista entrou pelo portão procurou paga-lo sem demora, e entrar na casa rapida e sorrateiramente, fechando cortinas e persianas.
Estava se servindo de uma boa dose de wisky, viu Cristian entrar e foi logo perguntando.

- E ai? Como foi o encontro com a minha querida e santa priminha?
- Bom, alias muito bom... – falou com ar debochado.
- Seja mais claro por favor – Alícia já estava totalemnte sem paciência
- Como você descreveria a sua querida prima?
- Chata, sem sal, morna, assexuada, mas um tanto bonitinha. Não se pode negar que ela esta em boa forma ultimamente.
- Bem, eu posso lhe garantir que a idéia que faz de sua prima, esta totalmente errada... Aquela mulher é fogo puro. Não é fraca não!...
- Anda logo, despeja tudo de uma vez. Você me deixou morrendo de curiosidade. Você conseguiu dar um beijão nela, daqueles de deixar a perna bamba?
- Isso e muito mais... Aquela sua prima me fez perder o fôlego por mais de uma vez...
- Eu não acredito... Só espero que você tenha se lembrado que ela tem que sair deste relacionamento como entrou. Virgem!
- Sinto muito, mas isso vai ser impossível.
- Você prometeu que não ia deixar que o sexo entrasse nessa relação! Caramba! Quando minha tia souber vai fazer vocês casarem! Eu avisei, falei sobre isso mais de uma vez, mas pelo visto entrou por uma orelha e saiu pela outra! Já devia saber que você não iria cumprir o que prometeu.
- Calma! Fica fria! A sua santa priminha já não era mais virgem. E pelo jeito já praticou muito o “exercício”...
- Não acredito! Você tem certeza?
- Absoluta, total e irrestrita.
- Quem diria? A santinha não é tão santa assim...
- Não mesmo! Pelo que aconteceu posso garantir que ela já trocou as asas por chifrinhos a muito tempo...

Cristian então passou a relatar com detalhes tudo o que havia acontecido naquela manhã na praia, e como acabaram indo para a casa dele. A cada fato que contava Alícia ficava visivelmente surpresa e enciumada.

- Eu tenho que agradecer aos céus pela desculpa maravilhosa que você arrumou pra nos vermos... sua prima é muito gostosa, quase que não sobra nem pó de mim quando ela saiu da minha cama...
- Já chega! Isso não pode se repetir. Você tem que encontrar um jeito qualquer para se manter longe da cama dela. Ouviu?
- Não precisa ficar com ciúme, você também é muito gostosa.
- Eu não estou brincando! Quero ela longe da sua cama! Está entendendo? Bem longe!
- Mas como? Isso é impossível! Agora que começou não posso parar sem uma boa explicação. Ela pode ficar desconfiada, e sei que não quer que isso aconteça.
- Dê o seu jeito! Eu prefiro que vocês terminem do que se tornarem amantes freqüentes! Não quero ter que responder por mais esse problema caso ela venha descobrir o nosso plano.
- Nosso não querida, seu plano. Por mim já tínhamos esquecido que existem outras pessoas e estaríamos vivendo juntos, há décadas.
- Isso esta fora de cogitação. Eu não fiquei este tempo todo casada com o babaca do Marcelo pra sair agora de mãos vazias. E de mais a mais, você não poderia me manter no mesmo padrão que ele me dá.
- Então como vamos fazer? Eu não vou correr da Deca por dois motivos: primeiro porque ela iria desconfiar, segundo porque eu não quero. Você não esta entendendo. Ela pode ate ter sido muito tímida e inexperiente um dia, mas agora... posso te garantir que aprendi muitas coisas novas nesta manhã, e quero aprender muitas mais. Eu repito, aquela mulher é fogo puro, e não vou largar uma oportunidade dessas sem levar nada em troca.
- Não estou entendendo, o que você quer dizer exatamente?
- Só largo a Deca se você largar o Marcelo, se não as coisas vão ficando como estão até que você se resolva, ou eu canse. E pra falar a verdade já estou ficando cansado desse jogo. Quem sabe não acabo gostando dela, afinal é bonita não dependeria de mim pra nada já que trabalha e se orgulha disso. Posso até casar com ela e assim acabaremos sendo parentes. Não seria lindo?.... – falou em tom de deboche
- Você não seria maludo de fazer uma coisa dessas! – Alícia respira fundo tentando se controlar. – Tudo bem. Vamos deixar as coisas como estão por enquanto. Mesmo porque acho que nossos problemas vão se resolver logo.
- Agora quem não entendeu fui eu. Explique-se.
- Tive que dar uma desculpa para o Marcelo não voltar hoje a noite, e pra não correr o risco de me contradizer, contei uma meia verdade.
- Anda. Desenvolve o tema, que não estou entendendo nada.
- Acho que estou grávida, mas só vou ter certeza amanhã, quando sair o resultado do teste. Tenho que passar na clínica pra pegar o exame.
- Isso é ótimo! Agora só nos resta uma dúvida, quem será o pai?
- Isso realmente interessa? A essa altura do campeonato, poderia ser até do japonês da pastelaria. O importante é que em breve estarei livre daquele babaca, e ainda vou ter uma pensão bem gorda pra me manter.
- E a criança? O que você vai fazer? Querendo ou não depois que ela nascer, vai ter um monte de responsabilidade.
- Vou contratar uma babá e uma enfermeira enquanto ele ainda for bebezinho, e assim que ele ou ela estiver na idade certa, mando pra creche.
- Meu bem, você tem, muito sangue frio. E eu adoro isso. Agora vem cá que vou te mostrar umas coisinhas novas que aprendi hoje.
- Vamos ver se aprendeu direitinho o que aquela songa monga te ensinou... quero ver qual é a diferença entre os nossos temperos... – Mal fechou a boca e os dois iniciaram um intenso jogo erótico que só acabou na manhã seguinte. Pois ela tinha que estar na casa da amiga quando o marido fosse busca-la pra não levantar suspeitas.